sábado, 29 de maio de 2010

Agentes da GM Cuiabá atuam ‘pela metade’, ou menos

Agentes atuam ‘pela metade’, ou menos

Criado em 2008, mas em vigor desde fevereiro passado, grupo não consegue de fato proteger escolas da Capital, pois não tem locomoção e nem comunicação

Divulgação/prefeitura
Desculpa para não utilização das 10 motocicletas adquiridas e anunciadas é a falta de capacetes
RENÊ DIÓZ
Da Reportagem

A segurança das escolas cuiabanas continua sendo um serviço pelo qual a sociedade paga, mas recebe pela metade – ou até menos. Criada para este fim em 2008, mas ativada somente em fevereiro deste ano, a Guarda Municipal até hoje não consegue combater a depredação do patrimônio, as invasões por usuários de drogas e a violência contra alunos e funcionários. É que os trinta agentes da prefeitura não têm, entre outros, condições de se locomover entre as 28 escolas e 12 creches de sua abrangência. E uma das razões é a falta de meros capacetes de motocicleta.

Os capacetes são indispensáveis para a integridade dos próprios guardas sobre as motocicletas, dez unidades já adquiridas pelo município e que até hoje não foram usadas. Além da falta de capacete, elas continuam encostadas pela ausência de equipamentos como intermitente (sinalizador). E como se não bastasse o desperdício de dinheiro já protagonizado pelo município (ver box), o problema se revela maior pela boca dos próprios guardas: entre eles, que preferem o anonimato pelo medo de represálias, a insegurança impera devido ao fato de andarem desarmados (até hoje não tiveram um curso de tiro) e por não disporem de aparelhos de rádio para comunicação.

Segundo o guarda municipal identificado como V., 23 anos, a falta de estrutura compromete o trabalho em absoluto. “Não está surtindo efeito o nosso serviço”, analisa, categórico. Em primeiro lugar, V. aponta a falta de mobilidade. Sem as motocicletas, os guardas dispõem apenas de uma viatura – um carro modelo Fiat Uno – que faz inúmeras viagens para que eles se desloquem entre as unidades da Regional Sul, a única região que o programa de Guarda Municipal engloba por enquanto. No fim das contas, V. relata que os guardas conseguem manter a frequência em apenas seis escolas.

O guarda se diz indignado porque as dez motocicletas adquiridas para o trabalho foram anunciadas “de boca cheia” pela prefeitura, que, quando procurada pelos agentes, alega a falta de capacetes para mantê-las fora de uso. Coisa parecida ocorreu com a formação dos guardas e V. confessa não se sentir preparado para a função; o treinamento de 90 dias que receberia findou em apenas 40. Isso para trabalhar desarmado em um bairro perigoso onde colegas já foram ameaçados de “levar bala” por integrantes de gangues e donos de bocas-de-fumo.

Para se protegerem, os guardas já reivindicaram a prefeitura a realização de um curso de tiro, mas até hoje nada saiu do papel. Já para F., 21 anos, a maior carência é a falta de aparelhos de rádio. “Não tem como informar caso aconteça algo”, reclama. Nesses casos, conta, o jeito é utilizar celulares próprios. Mas como fazer isso ganhando R$ 705 mensais?

“Isso tudo desanima, né? A gente fica esperando um tempão. Aí, quando é pra funcionar, o trem não anda direito,”, frustra-se. Ele comenta ainda que a atual situação dos guardas municipais é um problema de segurança não só das escolas, mas das comunidades onde elas estão.

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