Especialistas advertem para o alto risco à saúde de nova droga
A Polícia Militar do
Rio de Janeiro já apreendeu este ano quase 2,7 mil pedras de desirré
(totalizando 1,2 kg), droga nascida da combinação do crack com a maconha
e capaz de potencializar os efeitos de ambas. Conhecida também como
“zirrê”, "criptonita" e "craconha", o entorpecente pode trazer riscos
bastantes superiores à saúde dos usuários, em comparação com outras
drogas. Para a diretora do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e
Outras Drogas (Cratod) da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo,
Marta Jezierski, a desirré já existia antes no estado, onde é conhecida
como “mesclado”. “É mais usado na classe média”, apontou. A médica disse
que o consumo das duas ao mesmo tempo contrabalança os efeitos da
maconha e da cocaína – o crack é a cocaína em uma forma diferente,
própria para o fumo. “A maconha dá leseira e a cocaína dá agitação”,
explicou. O cérebro é o mais perturbado, sofrendo com as dificuldades de
concentração que as duas drogas proporcionam. Um risco sério é o
desenvolvimento de psicose, que aumenta em até quatro vezes com o uso da
maconha. Com o estímulo trazido pela cocaína, isso pode levar a um
comportamento agressivo. Os pulmões também são afetados, assim como no
uso de qualquer outra droga fumada, incluindo o tabaco. Segundo
Jezierski, a "craconha” não é mais nociva ao sistema respiratório do que
a maconha ou o crack isolados. Para o sistema circulatório, o consumo
da cocaína representa sempre um risco, pois a droga acelera o coração e
contrai os vasos sanguíneos, o que pode levar a um infarto. No entanto, a
maconha tem a propriedade de dilatar os vasos, o que, teoricamente,
diminui o risco de infartos. Segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Atenção ao Uso de Drogas, vinculado à Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ). a maioria dos dependentes da capital fluminense utiliza a
"criptonita" como um primeiro estágio rumo ao consumo de crack.
Fonte:http://www.bahianoticias.com.br
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