segunda-feira, 27 de junho de 2011

A IDENTIDADE DAS GUARDAS MUNICIPAIS.



Esta semana,fui inquirido por colegas de trabalho de outra cidade,numa rede social, a respeito do cavanhaque de um dos nossos Guardas Municipais , esse aí da foto,por sinal , pessoa integra e que cumpre seu serviço religiosamente ,sem faltas .Um deles disse; -E esse cavanhaque?? e o outro;-E pode??.
Minha resposta rápida foi a seguinte;

-  Aqui não há restrições quanto a uso de cavanhaque ou bigode.Só barba não é liberada.Não creio que afete em nada o serviço,destoa um pouco dos padrões militarizados,mas nossa identidade não deve seguir padrões que imitem instituições de caráter militar. O objetivo justamente é criar um padrão próprio,civil , cidadão e próximo a população.Vide, resguardadas as devidas proporções geográficas e culturais , as organizações policiais municipais européias,onde se vê Policiais usando barba,mas perfeitamente aparadas e asseadas. 

Caros amigos do Brasil,irmãos de labor e simpatizantes,as Guardas Municipais tem de construir suas próprias identidades,como já disse na resposta clara,temos de ter nossos padrões exclusivos,não devemos ser meramente cópias de instituições militarizadas,não que com elas não tenhamos o que aprender,temos muito o que aprender com todas as instituições policiais , militares ou civis,mas nossa forma de se vestir , portar ,o padrão de comportamento tem de ser peculiar a nossa instituição , e se possível da melhor maneira  que pudermos construir. 

Não podemos ser reféns de frustrados nostálgicos e nos torna-mos  meros imitadores de terceiros que seguem uma ideologia calcada na realidade do quartel ,com suas virtudes,mas também com inúmeros defeitos que se originaram da mente de comandantes cuja megalomania nega o errado, em prol da manutenção dos privilégios de uma elite oficial, deixando aos subordinados a alienação, e as migalhas do que sobra,além do trabalho pesado que põe em risco a vida de milhares ,enquanto que estes mesmos não saem dos seus birôs 
.
As Guardas Municipais podem e devem ser mais do que são hoje,tem de  manter o padrão azul-marinho do uniforme,a proximidade com a população,o patrulhamento comunitário,a mediação de conflitos e o uso de equipamentos não-letais como baluartes de sua atuação, embora não se esquecendo  que o uso da arma letal é necessário e imprescindível para proteção do agente,e que não poderia se haver restrição a uso por quociente populacional. Seus efetivos tem de serem preparados para serem agentes da autoridade constituída,iniciando-se por um curso de formação que o ensine e instrua no oficio,prevenindo-os até contra o assédio moral por parte de membros de outras instituições de segurança,pois ele é mais comum do que pensamos ,contra nossa categoria.

Muitos colegas ainda acham ,e são muitos mesmo,talvez imiscuídos na "teoria do menor esforço",que devamos ser meros vigilantes do Patrimônio Público,nos relegando um papel terciário,que nos empurraria quase que para fora da chamada Segurança Pública e nos colocaria em perigo iminente ,pois "quem não é visto não é lembrado", e em algum momento começariam os questionamentos a respeito da serventia do vigilante.Hora,devo lembrar aos preguiçosos de plantão, e que são carregados nas costas por uma multidão de guerreiros,a Guarda Municipal já é Policia Administrativa do Município,mesmo que alguns temerosos queiram negar ,num pânico coletivo de que tomemos seus lugares, medo infundado,pois queremos nosso lugar, e já o temos, sem passar por cima de ninguém,seremos mais uma parceria, a diferença que faltava para melhorar esta combalida segurança neste país de contrastes ,tão desigual ,que até já melhorou, mas que ainda necessita de mais mudanças firmes.

As Guardas Municipais não necessitam de marchar ao som de hinos militares,mas pode ter seu modo próprio e garboso de desfilar,não necessita de comandantes que torturem psicologicamente seus subordinados,mas de indivíduos  que sejam oriundo da instituição e que entendam todos os pormenores do efetivo.Não precisam imitar o linguajar militar  ,mas terá que criar sua comunicação padrão  afeita a categoria,seu treinamento deverá ser direcionado para o bem-servir a população civil,vendo-a como igual e não como inferior ,mostrando aos Guardas que a satisfação de servir deve ser superior a vaidade individual e por fim deve ser amparada por todos os meios logísticos que toda instituição de segurança deve ter.

Talvez esse ultimo item seja o mais difícil de se conseguir  em meio a tantas dificuldades,pois o que vemos hoje são gestores públicos que criam seus grupamentos municipais e não os dotam de qualquer amparo estrutural,ficando os funcionários a mercê da inércia dos que comandam e da má-fé  de outros , o que finda por gerar casos de desvio de função,como funcionários realizando serviço de porteiro, vigia, ASG, e tantos outros.Os servidores tem de estar preparados para lidarem com estas situações,e cobrarem dos que comandam o apoio necessário para que possam exercer sua função em toda sua plenitude,o que gerará segurança para os munícipes que pagam seus vencimentos.

Mais uma vez repito,não é um cavanhaque ou bigode,ou mesmo até barba (mas não adotamos ainda),desde que ostentada com asseio e virtude de quem trabalha para servir, que irá prejudicar o bom andamento dos serviços de qualquer órgão de segurança , principalmente quando este é de natureza eminentemente civil ,voltada para a população civil, que anseia pelo reconhecimento que já chega, e que só deseja estar cada dia mais próximo daquele que necessita dos nossos serviços.Seremos firmes ,mas sem truculência,usaremos a força necessária de forma gradual,deteremos quem quebrar as leis vigentes,mas nunca nos esqueçamos que somos pagos pelo contribuinte que é do povo, e que nós somos o povo também.Que uma falsa superioridade não nos suba a cabeça ou também erraremos muito , e muito feio.

Nosso padrão de modelo tem de ser civil ,pois este será o diferencial de uma instituição uniformizada  nova no Brasil.

Minha realidade é a de uma cidade pequena ,num pequenos estado da federação,interior do nordeste semi-árido,reduto de descendentes de lusitanos,judeus,indígenas ,africanos e de acampamentos holandeses perdidos em meio a caatinga bravia,lugar tradicionalista e conservador,local onde ainda nem se entende direito o trabalho de uma Guarda Municipal,onde nem organizações de Policia Civil até bem pouco tempo se viam, e onde muitos ainda acreditam no "olho por olho, dente por dente" ,como a "Lei de Talião".
Mas vivendo nesse espaço geográfico longínquo dos grandes centros é que vemos que as mudanças devem e podem acontecer ,que elas acontecem primeiro na nossa mente , para depois ganhar mundo,contribuindo para que as diferenças diminuam e que um mundo melhor possa surgir.


Direção-Geral da GMJS.

                                            Policia Municipal de Madrid,em desfile ,com agentes que usam barba em serviço,sem nenhum problema.Exemplo de Policia Municipal Européia.

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