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Uma confusão no fim da tarde do dia (25) entre o proprietário de uma agência de veículos, de 37 anos, na Rua Santa Terezinha, no bairro Niteroi, e um agente da Guarda Municipal terminou com a prisão de um terceiro sargento, lotado no 28º BPM (Batalhão de Polícia Militar). O impasse teria começado quando um agente da GM teria solicitado a retirada de um dos veículos da loja que estava estacionado irregularmente nas proximidades. A prisão foi possível por o comandante da GM, que deu a voz de prisão, ser major da Polícia Militar.
De acordo com o comandante da GM, o major Luiz Henrique Monteiro Barbosa, ele teria saído da sede do órgão para resolver uma questão sobre o estádio Raulino de Oliveira, quando foi avisado que um agente estava sendo desrespeitado.
- Quando cheguei à agência, o GM me contou que estava somente orientando os responsáveis para retirar o veículo do local, já que a imprudência além de infração prejudica o trânsito na área. Além disso, ele ainda falou que o proprietário teria o ofendido com palavras ofensivas. Isso não pode acontecer, já que o funcionário estava no exercício da sua função - explicou.
O apoio da supervisão da PM, segundo o comandante, também foi solicitado para auxiliar na solução do tumulto. Luiz Henrique completou que no momento da abordagem ao responsável, utilizou de uma postura respeitosa para informá-lo das medidas que seriam tomadas.
- Falei com ele que era necessário o comparecimento na delegacia para esclarecer os fatos. Ele disse que não iria porque a ocorrência não aconteceu conforme o relato do GM. Informei novamente, que a minha função era encaminhar os envolvidos para prestar depoimento - acrescentou.
O sargento da PM, de acordo com Luiz Henrique, interrompeu a conversa falando que o responsável pela loja não iria para a delegacia. Além disso, o policial ainda teria desobedecido às ordens do major, que possui patente superior na hierarquia da Polícia Militar.
- Infelizmente tive que imobilizar o proprietário da agência. Em nenhum momento houve agressão física. Provavelmente ele deve ter ficado com algumas marcas, porém nada teria sido necessário se não houvesse resistência. Além disso, ainda tive que dar voz de prisão ao PM por desacato e desobediência - falou.
O comandante do 28º BPM, tenente coronel Igor Magalhães, segundo Luiz Henrique, foi comunicado sobre o fato e o seu desdobramento.
- Fomos para a delegacia e toda a história foi esclarecida. O delegado titular analisou as imagens capturas pelo monitoramento do local. Realmente o vídeo mostrou que eu tive que imobilizar o proprietário da agência. Minha vontade foi resolver de forma amistosa, porém não foi possível - pontuou.
Registro de ocorrência
O delegado titular da 93ª (Volta Redonda), Antônio Furtado, explicou que após os depoimentos, o responsável pela agência de automóveis foi indiciado pelos crimes de desobediência, ameaça e desacato.
- A soma dos crimes pode alcançar três anos e seis meses de reclusão, porém a pessoa pode responder em liberdade. Já o PM foi indiciado por desacato e desobediência, pena de três anos. Além disso, ele também ficou preso administrativamente no próprio batalhão por ter desrespeitado seu superior - esclareceu.
PM
O subcomandante do 28º BPM, Wagner Cavalcanti, explicou que o policial foi preso administrativamente, porém foi liberado nesta manhã (26), após ter sido ouvido pelo comandante.
- Agora será instaurado um inquérito policial militar, com o objetivo de avaliar a conduta do agente. Esse procedimento é diferente do desenvolvido pela Polícia Civil. O agente já foi autorizado a retomar as atividades de trabalho - pontuou.
Versão do proprietário
O proprietário da agência de carros, Dilermando Silva de Souza, de 36 anos, declarou que o GM teria multado dois veículos da loja.
- Em nenhum momento eu fui questionar o motivo das multas. O guarda que entrou na porta da loja e disse que "Até hoje você não aprendeu a trabalhar". Além disso, o tempo inteiro ele falou comigo com um sorriso irônico. Ele ainda tentou pegar na minha mão, porém eu ignorei o gesto - falou.
Dilermando ainda falou que o major invadiu a loja e não se apresentou como comandante de alguma corporação. Segundo ele, depois de confirmar que estava falando com o proprietário da loja, informou a voz de prisão.
- Eu perguntei o porquê da prisão e virei de costas para ele. Imediatamente, o comandante me imobilizou. Ele me agrediu na tentativa de me conter. Eu não desacatei o major em momento algum. Além disso, ele ainda estava à paisana - completou.
Natacha Prado
natacha.prado@diariodovale
Volta Redonda
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